Conto - O Tesouro.

Moedas de Ouro


Lucas e Rodrigo, amigos desde a infância, sempre foram amantes de aventuras.
Sempre que possível organizavam expedições no meio da mata e nela passavam os finais de semana, se deliciando com as maravilhas da natureza.

Certa vez eles seguiram pelo meio de uma mata ainda pouco explorada que ficava há alguns quilômetros da cidade, seria apenas mais um passeio.
Como de costume, deixaram o carro em um local seguro e seguiram a aventura a pé.
A noite chegou e com ela uma forte chuva que pôs abaixo a barraca que costumavam usar.
-Temos que encontrar um lugar para passar a noite, essa chuva está forte demais! – gritou Rodrigo.
-Vamos seguir por ali, no pé daquele morro deve ter alguma gruta para nos abrigar! – também gritou Lucas, já saindo em disparada.
Ambos correram, munidos apenas de suas lanternas, pelo meio da floresta, e como por milagre, encontraram uma caverna.
-Já tinha ouvido falar desse lugar?
-Não, nunca. Vamos ver o que tem mais pra dentro. – respondeu Lucas.
-Melhor não, pode ser perigoso.
-Deixe de ser medroso, cara, o que pode ter aqui? Um urso? Vem logo, estou com um facão aqui, se precisarmos.
Rodrigo olhou para a arma na cintura do amigo e se sentiu mais tranquilo, e então seguiram para o interior do local.
A luz de suas lanternas lhes presenteava com as belezas da caverna. Formações rochosas belíssimas e aparentemente intocadas. Essa era a maior aventura de suas vidas!
Porém nada lhes encheu mais os olhos do que aquilo que encontraram bem ao final dela. Pelo chão estavam espalhadas moedas de ouro e jóias dos mais variados tipos.
-Nossa, o que é isso heim! – balbuciou Rodrigo maravilhado.
-Pois é, e você não queria entrar...
-Cara, estamos ricos, Lucas, ricos!
-Estamos? Não Rodrigo, eu estou rico... – e antes que o amigo pudesse se defender Lucas decepou-lhe a cabeça com o facão.
O assassino correu de volta ao acampamento, mesmo debaixo da pesada chuva, e logo retornou à caverna com sua mochila e a do amigo que matara.
Abarrotou-as com as preciosidades que encontrara, mas antes de sair ainda se despediu do amigo.
-Você é um vacilão mesmo Rodrigo...
Tudo o que lhe importava agora era a riqueza que encontrara, a morte do amigo não lhe causava o menor remorso.
Chegando à saída da caverna viu que a chuva havia cessado, mas um sussurro desconcertante lhe veio aos ouvidos.
-Esperamos que aprecie o tesouro que adquiriu...
Lucas olhou ao redor e não viu ninguém, ficou assustado, mas o peso da bagagem que carregava fez com que não desse importância àquilo.
Apanhou o restante das suas coisas no acampamento e correu de volta ao seu carro, logo, estando na estrada de volta para casa.
Já imaginando a maneira como aproveitaria toda aquela riqueza ele chegou em casa e encontrou a mãe que preparava o café da manhã.
-Nossa, meu filho, o que aconteceu? Vocês não iam voltar só amanhã?
Lucas abraçou a mãe, incapaz de conter suas lágrimas.
-O que aconteceu menino?
-A senhora não vai acreditar. Estamos ricos! Milionários!
O rapaz abriu uma das mochilas e a colocou nos braços da mãe, que gritou horrorizada ao ver o que ela trazia.
Lucas logo entenderia a desgraça que cometera, dentro da mochila não havia riqueza alguma, apenas a cabeça de Rodrigo, seu amigo.


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