Conto - Morte de um Escritor.







Quase seis meses de trabalho se findavam naquela madrugada, quando o tão esperando “FIM” era digitado naquela obra de quase duzentas páginas.
Noites e noites defronte ao computador dando forma a todo o enredo daquela história que, segundo Eduardo, era a grande obra da sua vida.

Conto - O Vampiro da Escadaria.






SÃO PAULO, quando (ainda) era da garôa…

Eu era menina, ainda trabalhava nos lugares de jogador lá do centro. Limpava as latrinas, servia bebida pros perdidos e pros desandados da vida. Depois tinha que voltar rápido na noite pro casebre onde morava com meus irmãos, o papai e a mamãe. Dava medo andar no vale do centro de madrugada, por que lá era lugar de coisa ruim e de sortilégio. Saía do botequim,  andava no meio dos prédios escuros, descia a ladeira e tinha que subir uma escadaria de mármore para sair do outro lado do vale. Valia-me da minha fé e dos meus santos.

Conto - Urros Bestiais na Cidade Luz.






(Este conto é o trecho de um romance da autora)



Escadarias de Montmartre.


Cinco estudantes universitários, bêbados e trôpegos, cantavam despreocupados. Os amigos de intercâmbio cruzavam com algumas pessoas, soltando gracejos e chamando a atenção de todos, falando alto, rindo a toa, enquanto desciam as ladeiras ancestrais da velha Paris.


Conto - Diabólica.






Pádua, 16 de setembro de 1938.

Giuseppe Pasqualetto, este é meu nome. Nasci no ano de 1905 na província de Pádua, Itália. Sou um jovem historiador e estou sempre em busca de elementos históricos que expliquem a minha própria existência.


Conto - O Desejo de Ipupiara.






A menina contemplava o mar à frente, com olhos semicerrados por causa do reflexo do sol nascente sobre aquele imenso espelho natural. As águas eram calmas, apenas um leve encrespar denunciava a presença da brisa.


Conto - O Sétimo.





- Sete crias ela pariu/Sete machos ela amamentou/O primeiro Deus chamou/Quando o sétimo vingou...

Conto - Corpo Seco.






-Preciso desligar agora, garanhão. - Miriam sussurrou, fechando o decote por onde se tocava.


-Por quê? - a voz grossa e ofegante do outro lado perguntou.


Conto - Akimi.





Foi tão rápido que Akimi não conseguiu gritar por socorro. Ela nadava nua em um lago quando o Kappa apareceu e a seqüestrou.

Conto - Non Ducor Duco.









"NÃO SOU CONDUZIDO, CONDUZO"

Estava escrito à caneta no antebraço da mendiga. Louca, quando alguém se dirigia à ela, conversava apenas com a imagem refletida da pessoa num espelhinho quebrado que levava sempre à mão.


Conto - A Porta.





Liu desceu do carro, retirando suas coisas e apertou a mão do chefe.
- Assim que terminar aí, me manda um torpedo e eu venho. Qualquer problema, me liga! Ah, a chave!

Conto - Prisioneira.





Viver trancafiada não é nada fácil. Eu represento um enorme perigo para a sociedade e tudo o que sabem fazer é prender-me aqui.

Conto - Última Parada: Museu do Esqueleto.






- Saia da frente, Ingedore! - gritou Shelly, dando um encontrão violento em mim. Tudo para chegar ao ao corredor conhecido como "Park Jurassic III" - que mala.

Conto - Os Sentimentos de Uma Vampira.






Do alto de um edifício na Avenida Paulista. Ela observava o esplendido brilho lunar da senhora prateada sobre o céu noturno perdida em pensamentos.


Conto - Espelho, Espelho Meu...





- Tente melhorar a maquiagem. – dizia o diretor de cena.
- Não dá! Se pusermos mais base ela vai parecer uma boneca de cera, sem expressão! – o maquiador retrucava.

Conto - Rato Branco Kid.






“Não se atreva a morrer agora!”

O sol, impiedoso e sarcástico, queimava sem dó as costas de Johhny Wood, que suava como uma velha e gorda porca. “Levanta seu cretino. Só falta mais um pouco...”. Já haviam se passado horas e a única coisa viva que vira foi um lagarto do deserto que, como se tivesse zombando de sua má sorte, levantou a cauda e saiu em disparada pela areia quente.

Conto - O Porão do Diabo.





Assim que o ponteiro maior estalou no número doze do relógio, Vera abriu os olhos. Três da madrugada. Hora de o demônio despontar.

Conto - O Herdeiro.







E ele disse: “Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.
Mateus 4:9

           

Conto - Aperto no Coração.







Tão apaixonado eu era que nem percebi o que estava fazendo.
Lilith pedia chorando que, se eu realmente a amava, deveria esmagar o passarinho que estava em minha mão.


Conto - Confusão Mental.






Ouvi contar uma história que me parece verdadeira de uma mulher de fortuna que trabalhava como voluntária num hospital psiquiátrico.

Conto - O Baú.





O museu, localizado na Europa Central, acabara de receber inúmeras peças recém encontradas numa construção secular e aparentemente abandonada em meio a uma floresta na Transilvânia. Tais artefatos estavam agora numa sala para verificação e estudo, antes de serem colocadas à mostra em uma exposição especial.

Conto - A História de Lavínia.





Muito prazer, meu nome e Lavínia. Devo confessar que nascer em uma família como a minha não tem lá grandes vantagens, apesar de muitos acharem que é algo bom. Não somos ricos, vivemos como ciganos, peregrinando de um lado a outro e nos escondendo de todos.

Conto - Blecaute.





O sol já começava a abandonar a paisagem de forma lenta e inexorável quando a dupla de andarilhos chegou ao sopé do morro, fez a curva à esquerda e contemplou a pequena planície quase que inteiramente ocupada pelo grande trevo rodoviário.

Conto - O Desejo.





Aline sempre foi uma menina bela e desejada, fazendo sucesso tanto na faculdade quanto no trabalho, não somente entre os rapazes.

Conto - Rapunzel.






Do alto da torre do castelo, pela fresta da única janela a refém da feiticeira contemplava as ondas turbulentas que morriam no penhasco.