Livro - Joshua.





Seja bem vindo visitante.


Hoje disponibilizo para vossa apreciação um trecho do bastante elogiado livro "Joshua", um caçador de vampiros nada convencional que, acredita-se, teme mais seus medos íntimos que as criaturas das noite.
A obra pode ser adquirida através do link http://www.clubedeautores.com.br/book/36170--JOSHUA


Espero que a leitura o agrade.



             "-Espero que eu possa contar com sua discrição...
       Lentamente os olhos do rapaz se erguem do maço de dinheiro que está em suas mãos e se voltam friamente para o interlocutor.
       -Há certas coisas que estão implícitas em meu trabalho, não há a necessidade de serem estipuladas.
       -Entendo. Enfim, espero que o problema possa ser solucionado o mais rápido possível e sem alarde, essa situação está me atormentando.
       -Certamente. Tudo será feito da forma mais rápida e segura, esteja certo disso. – conclui o rapaz se levantando da poltrona em sinal de partida.
       O homem também se levanta e aperta ansiosamente sua mão após ele guardar o dinheiro no bolso da pesada jaqueta de couro.
       -Você acredita realmente nisso?
       -Nisso exatamente o quê?
       -Você sabe, vampiros. Acha mesmo que pode ser um vampiro que esteja cometendo esses assassinatos?
       -Se o senhor não acredita, por que contratou meus serviços?
       A pergunta friamente proferida constrange o homem e ele silencia. Sem a menor vontade de prosseguir com a conversa o rapaz se dirige para a porta.
       -Em pleno século vinte e um é meio difícil acreditar nessas coisas. Vampiros, lobisomens, fantasmas, essas coisas são fruto da mente das pessoas de épocas antigas, Idade Média, Antiga, alguma coisa assim, quando a humanidade ainda se impressionava com os fenômenos naturais atribuindo-os às divindades e desconhecendo a natureza científica de tudo. Hoje, com os avanços tecnológicos, a ciência e os meios de comunicação, não cabe mais esse tipo de coisa na nossa sociedade. São crenças de pessoas obtusas, arcaicas, antigas... – desabafa o senhor que, com suas palavras, faz o rapaz adiar um pouco sua partida e se volte mantendo a frieza peculiar em seu olhar. Ele o encara.
       -Concordo. São crenças que se iniciaram na antiguidade, claro, quando se iniciaram os contatos com esse tipo de coisa ou, ao menos, quando o homem passou a documentá-las de alguma forma. Mas a maioria das atuais religiões também se iniciou nos primórdios dos tempos e aqueles que lhes deram origem tiveram como primeiros seguidores e adoradores pessoas arcaicas, antigas e obtusas em uma época em que a ciência pouco era evoluída. Ainda hoje milhões de pessoas seguem os dogmas dessas religiões. Crê então que o fato de haverem tais seguidores seja algo medíocre e sem fundamento apenas por tais crenças terem se iniciado em uma época onde a humanidade era atrasada tecnológica e cientificamente? A ciência foi capaz de desmentir as palavras de tais profetas ou provar que sua existência tenha sido apenas obra da mente de algum escritor bêbado ou desocupado daquela época? Creio que deva rever seus conceitos, senhor.
       -São coisas totalmente diferentes meu jovem. Religiões não podem ser comparadas a um vampiro ou alguma coisa do tipo...
       -Para mim não são tão diferentes assim. As pessoas baseiam suas crenças em meras palavras, sem possuírem algo palpável para isso. Ao menos eu acredito em algo que já toquei, enfrentei e inúmeras vezes venci. Sei da existência daquilo em que acredito: provas certificando sua existência não me faltam, ou então eu sou um louco...
       -Não disse que você é louco, apenas acho difícil acreditar nessas coisas. Você parece mesmo seguro de suas convicções e acredita mesmo que essas mortes sejam obra de uma criatura dessas por ter no que basear, mas eu...
       -Apenas me baseio no que já vivenciei e não em histórias que me foram contadas por livros ou por homens que se denominam profetas ou coisas do tipo. Acredito no que meus olhos já puderam me mostrar. Quanto ao senhor, não espero que acredite, eu não sou um doutrinador, sou um caçador.
       -Deus queira que eu jamais seja obrigado a ver as coisas que você já viu para levá-lo a pensar dessa maneira. – o homem faz o sinal da cruz.
       -Talvez já tenha visto, mas não tenha se dado conta. Até.
       Um angustiante silêncio se faz na sala e ele só é quebrado pelo som da porta que se fecha após a partida do sinistro rapaz."


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