Sentado à beira de um rio, um solitário pescador, silencioso, manobrando magistralmente seu equipamento para capturar os peixes, ouve despreocupado o leve som do vento sobre as folhas das árvores.
O destino de quem atende ao chamado da bela mulher é conhecido: totalmente encantados por sua figura e enfeitiçados pelo seu canto, os pobres homens se deixam arrastar para as profundezas do rio, tendo como único destino a morte.
Iara surge nos rios chamando os homens para amá-la em seu reino. Dizem que seus corpos são encontrados após alguns dias, com a boca dilacerada pelas piranhas, marcas dos beijos de Iara.
Pobre dos homens! Se as mulheres o Boto ama, os homens a Iara mata...
Mesmo se afastando do rio, lentamente a correria do pobre pescador vai cessando e sem se dar conta ele já caminha docemente retornando para o rio.
Enfeitiçado com a bela melodia cantada pela Iara, sucumbe a essa armadilha ardilosa da criatura e logo está envolto até a cintura pelas águas mornas do rio.
Nas águas, reino da Iara, não há escapatória.
Em alguns dias mais um corpo é encontrado com os lábios dilacerados...
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